Pedro Oom (14 de junho de1926 - 26 de abril de 1974): escritor e poeta surrealista português, ligado ao neorrealismo, ingressou, no final da década de 40, na corrente surrealista, participando das atividades do Grupo Surrealista de Lisboa e também do anti-grupo "Os Surrealistas".
ILÍDIO SALTEIRO
art - fine - plastic - visual - research - nature - life
22/04/2024
Pode-se escrever
30/01/2024
Mundo Novo & Natura Naturans trabalhos recentes de Ilidio Salteiro e Dora Iva Rita
AS COISAS QUE EU FAÇO E
DESENHO
Obras
de Dora Iva Rita
Em primeiro lugar, há que
andar um pouco à roda da palavra «coisas»… Coisas vivas ou inanimadas, produtos
da Natureza ou fabricados pelos humanos – todas essas «coisas» foram objeto da
curiosidade da Pintura desde a Antiguidade Clássica aos nossos dias, dando
origem a um género, a chamada Natureza Morta, que, talvez poucos saibam,
começou por ser designada, em finais de Quinhentos e inícios de Seiscentos,
pela interessante expressão «Instantes suspensos de vida», ainda hoje presente
na versão anglo-saxónica Still Life ou
Still Leben… Pretendiam os primeiros
pintores barrocos congelar o instante e, no caso da Natureza Morta, o famoso
Jan Brueghel almejava a que a Pintura conseguisse «superar» a Natureza,
apresentando grandes jarras com flores frescas de todas as épocas do ano, que
ele ia pintando ao longo dos meses e das estações, surpreendendo o espectador
da época que via juntas espécies de janeiro ou março que já estariam secas
quando floresciam as de outubro ou dezembro…
Não são, naturalmente,
essas as preocupações de Dora Iva Rita, embora os processos de registo ou de
composição possam ter algumas dessas boas referências… Dora Iva também constrói
as suas assemblages de «coisas», umas resultantes da Natureza outras claramente
fabricadas pelo engenho humano, e, em quase todas elas, há qualquer coisa de
«ninho», não só pela forma e pelos materiais, mas sobretudo pelo simbolismo
associado à geração da vida, aqui como que suspensa, sem os desabrochamentos imediatos
que se pressuporiam, embora se adivinhem voos, e portanto desenvolvimentos
vitais, nos elementos circundantes, que tanto evocam asas de ave como velas de
barcos ou até pétalas abertas de uma corola… Em suma, evocação de Vida, apesar
de estarmos a ver objetos aparentemente inanimados.
Já os desenhos narram
outras histórias… Alguns são claramente exercícios de registo e variação sobre
as assemblages, mas, ao introduzir novos ângulos de visão, elas
transfiguram-se, perdemos, até, a referência da sua materialidade original,
tornam-se outras obras, frescas revisitações ora de um certo aconchego do ninho
ora das esvoaçantes pétalas ou velas que anunciam o desabrochar de uma pulsão
vital, erótica…
Em muitos outros casos,
porventura a maioria, perdem-se completamente as referências às «coisas» das
assemblages expostas para nos concentrarmos nas referências a outras «coisas»
que estão sempre na origem desse olhar milenar da Pintura, vestígios da Natureza,
arranjos quotidianos desses vestígios, composições feitas de combinações desses
vestígios e de objetos do quotidiano, numa infinita variação sobre os mesmos
motivos que nunca se esgota porque é o renovado olhar sobre cada um deles e
sobre os conjuntos que aleatoriamente se podem formar, é esse olhar da pintora
que se reinventa incessantemente.
Esta exposição, que
desvenda um olhar predominantemente «micro» sobre as «coisas», aparece numa
espécie de cubo construído ao centro de uma outra exposição, que o rodeia, de
pintura do companheiro de Dora Iva, Ilídio Salteiro, que explora espacialidades
vastas e construídas do seu imaginário, em formatos generosos, em contraste com
os formatos «intimistas» no interior do cubo, proporcionando-nos uma
extraordinária e rara complementaridade de visões e de modos de fazer que
enriquece e muito a Pintura Contemporânea.
Janeiro de 2024.
Fernando
António Baptista Pereira
ESPAÇOS
E CONSTRUÇÕES, LUGARES DO IMAGINÁRIO
Sobre
a Pintura de Ilídio Salteiro
Quando olhamos para o
conjunto das pinturas de grande e médio formato que Ilídio Salteiro expõe no
grande salão da Sociedade Nacional de Belas Artes percebemos, quase de
imediato, que um denominador comum emerge: a relação multímoda entre
espacialidades e construções no universo imaginário de uma pintura que, acima
de tudo, interroga fronteiras entre géneros seculares na História da Pintura e
entre modalidades do próprio «fazer» pictórico.
Sejam visões de paisagens
imaginárias a partir de ou ao lado de imagens de interiores
construídos em formas límpidas e luminosas, sejam construções imaginárias que,
numa geometria muito criativa e sem quaisquer preocupações de «funcionalidade»,
envolvem, contém ou separam imagens exuberantes e sensuais de paisagens
inventadas, com vagos referentes – é este o «pano de fundo» cenográfico em que
se ensaiam relações muito sábias entre o desenhar e o pintar, entre manchas
violentas, matéricas e eloquentes que definem formas, volumes e profundidades e
apontamentos subtis de desenho que desafiam os ilusionismos evocados e nos
sublinham que estamos sempre e só diante do esplendor da Pintura e do Desenho
nos seus infinitos avatares...
Há, certamente, para além
de uma manifesta sensualidade da execução, mensagens subliminares, algumas das
quais nem o autor conseguirá controlar, simbolismos procurados no número das
composições de certas temáticas, quase como num ritual ou numa espécie de
litania que ele nos quer recitar na calma e na serenidade da sua personalidade
de artista, e, até, saborosas citações de grandes mestres da História da
Pintura que, como o compasso no olhar que reivindicava Miguel Ângelo, já fazem
parte da memória de todos os artistas, quer das imagens que a toda a hora se
convocam, quer do fazer que se materializa na superfície das telas.
Mas o que acaba por
prevalecer é uma atitude claramente meta-pictural em que se reinventa a
possibilidade de uma Pintura, nos dias de hoje, que não é, uma vez mais e
apenas, uma «paisagem da Pintura» ou uma «paisagem do fazer», mas, além de tudo
isso, uma reflexão inovadora e pertinente sobre a fluidez dos limites dos
géneros consagrados e desconstruídos na história recente e, sobretudo, das
modalidades técnicas que distinguem e fazem conviver e interpenetrar o inefável
prazer espiritual e o deleite sensual de desenhar e de pintar.
Esta exposição, que nos
revela um olhar claramente «macro» de espacialidades vastas e sensuais e de
construções engenhosas desenhadas e pintadas para com elas dialogarem, envolve
um outro espaço expositivo mais pequeno, ao centro, que se encontra povoado, em
absoluto contraste, por uma visão «micro» dos objetos e dos desenhos realizados
pela companheira de Ilídio, Dora Iva Rita, numa interessante complementaridade
de modos de ser e de estar na Pintura, na continuidade de tantas outras que a
História e tempos mais recentes conheceram e divulgaram, que vivamente se deve
saudar e acarinhar!
Janeiro de 2024.
Fernando
António Baptista Pereira
05/01/2024
Mundo Novo & Natura Naturans
Press Release
Mundo
Novo & Natura
Naturans
Exposição
de Ilídio Salteiro e Dora Iva Rita no Salão da SNBA
Local: Salão
SNBA
Inaugura dia 6 fevereiro, às 18h30.
Estará patente até dia 2 de março 2024.
Aberta todos os dias das 12h00 às 19h00, exceto domingos e feriados.
O Salão da
Sociedade Nacional de Belas Artes recebe duas exposições dos artistas Ilídio Salteiro e Dora Iva Rita.
Ilídio
Salteiro (n. 1953)
desenvolve o seu tema em torno da paisagem e do território, sobrepondo ficções
e narrativas com uma revisitação ao mundo imaginário da pintura.
Os trabalhos
de Ilídio Salteiro são o resultado de um processo artístico com início em 2018,
em torno de uma ideia de Babel entendida como metáfora do mundo novo que se vem
instalando, sobre valores de bem e de mal cada vez mais líquidos. A opção pela
pintura a óleo resulta da valorização dos modos ancestrais de fazer arte, num
tempo onde reina o imediato, o efémero e o ocasional.
O processo
artístico de Ilídio Salteiro vai absorvendo as dinâmicas de pré-pandemias,
pandemias e pós-pandemias, vai vivendo entre a incerteza e a certeza de muitas
guerras, ao mesmo tempo que se confronta com a necessidade emergente de ancorar
a sobrevivência da inteligência humana em inteligências artificiais.
Cada uma das suas pinturas é antecedida por um suporte,
efémero ou físico, construído como objeto, escultura, ready-made ou assemblage.
Estes objetos agregam os mesmos pressupostos da pintura: uma arqueologia do
contemporâneo. São frágeis na sua constituição eclética com elementos
silvestres, têxteis e cerâmicos (ninhos, ramos ou pedras, o têxtil onde o
algodão é enformado com colas e terracota, onde se ensaiam técnicas ancestrais,
como o brunido, engobes e esgrafitado).
Para Dora Iva Rita a Pintura apresenta-se como atitude
reflexiva e de debate sobre as questões da humanidade no mundo.
29/12/2023
Centro do Mundo
30/06/2023
Sou pintor.
Se todo o ser humano é um artista isso significa que eu também sou artista: eu, o meu amigo e todos os nossos demais conTERRÂneos. Este facto deve-se à livre possibilidade de acessos e de direitos conquistados pelas sociedades democráticas durante a segunda metade do século XX. Uma conquista vislumbrada inicialmente por Marcel Duchamp, corporizada efetivamente por Joseph Beuys e vivida comumente nas sociedades pos-modernas e globalizantes atuais, onde a Arte convive com o lazer, a festa, o festival, o consumo, o mercado, a terapia, a pedagogia e com o conforto económico e social global: uma convivência fraterna com conceitos abertos de ambiente, natureza e vida.
Mas, para além desta minha qualidade de artista (ser humano), sou cada vez mais aquele que procura respostas construindo propostas através da Pintura: sou pintor!
Ilídio Salteiro, 2023
21/05/2023
Personagens Insustentáveis de António Garcia Lopez
Personagens Insustentáveis de António Garcia Lopez
Em Personajes Insostenibles, temos uma exposição de António
Garcia Lopez que traz para o debate no mundo da arte a relação entre estética e
temáticas sociais, ambientais e artísticas. Verifica-se também, perante o seu
modo de produção artística, que a colagem não é apenas uma tecnologia para
realizar composições pictóricas. Nele, ela é um modo de reutilizar o manancial absolutamente
excessivo de imagens que diariamente nos assediam com propostas de infindáveis
produtos e de muito discutíveis modos de estar e ser. E também nos mostra, muito
claramente, uma visão de um mundo construído em torne de uma sociedade híperconsumista,
embriagada pelo consumo de futilidades e pateticamente aderente a todo um
perigoso universo de efemeridades que colocam em risco a sociedade humanista de
hoje que tanto nos custou a construir. Finalmente sentimos em toda a sua obra
um forte apelo para que tenhamos uma atitude mais sustentável nos nossos atos.
São estes três pressupostos que têm sido o alimento essencial da
obra de AGL nos últimos anos. Os anos em que nos conhecemos e nos quais estes
temas foram motivo de conversas, debates informais, troca de opiniões e
cumplicidades em projetos artísticos e curatorias, sempre que as circunstâncias
dos momentos os propiciaram, nos espaços de muitas instituições entre Lisboa,
Múrcia e Valencia.
Pode ser constatado nos trabalhos expostos que AGL aprofunda a sua
perspetiva de visão para o mundo, continuando a exploração da estrutura compositiva
do género do retrato materializado através da colagem que, revelando ter
capacidade para subverter a tradição renascentista, também consegue realçar um seu
modo dadaísta de ser, fazer e ver o estranho espaço que ocupamos no tempo
presente
O processo da colagem, tem sido o seu grande recurso desde 2000, contabilizando
um grande número de exposições. É um processo de criação artística que resulta
de uma rigorosa investigação em arte onde se referenciam ascendências artísticas,
culturais e conceptuais de artistas como Josep Renau (1907-1982) ou Francisco Goya
(1746-1828), nomeadamente a obra gráfica, dando continuidade a uma escola de
pintura espanhola genuína quanto às suas características expressivas.
Como escreve AGL na nota
de imprensa para esta exposição as suas colagens …son literalmente
“re-collages” que pretenden componer y explicar el mundo que nos rodea, es un
laboratorio para las ideas, un campo de batalla sin fin, la suma de estratos y
capas de nuestra historia pero también de la “basuraleza” que hemos generado,
una forma de reinventarse a partir de la propia experiencia, es en definitiva
lo que ha venido haciendo la pintura a lo largo de toda su tradición y lo que
la mantiene tan presente y tan viva en el resto de manifestaciones artísticas»…
Mas nestas obras, sob a designação de Personajes
Insustentabiles, AGL quando utiliza a sua própria expressão pictórica como elemento
de composição que sugere uma sensação de espaço expressionista e gestual ao
serviço dos enquadramentos ou contextualizações de todo o conjunto, salienta um
elemento pictórico novo: a textura como matéria. Sobre espaço vão sendo acumulados
recortes de muitas imagens com outras posições e escalas, desempenhando o papel
de protagonistas dos espaços e das narrativas como personagens ou atores do
mundo contemporâneo. Um mundo onde o valor das coisas já não é determinado
pelas dimensões humanistas, estéticas, culturais, antropológicas ou
sociológicas, mas é apenas determinado pelo valor atribuído por um sistema
regulado pelas leis da oferta e da procura: o dinheiro.
Antonio García López é um artista / pintor que
desenvolve a sua atividade entre Múrcia e Valência, que deixa perceber na sua
obra um conhecimento culto do classicismo hispânico e europeu sob o desígnio de
uma visão sarcástica, mordaz, crítica e interventiva sobre a distopia da
sociedade contemporânea globalizante e autocolonizadora. Isto corresponde a um
modo de estar muito especial porque coexiste com o tempo da apologia do
entretenimento e da efemeridade das coisas, dos atos e dos compromissos. Num
tempo em que impera cada vez mais uma inteligência artificial neoimperial, governadora
global de todos nós, a atitude estética do AGL torna-se relevante pela coragem
do olhar, do ver e do decidir, sabendo fazer uso do pensamento humanista
implicado na criação artística sem efeitos digitais fúteis.
Apela militantemente ao nosso entendimento em vez de
apelar apenas ao olhar. As obras que nos apresenta são pensamentos
materializados como se fossem primeiras páginas de muitos livros abertos prontos
a serem partilhados com o outro, ao qual se exige que, para além desse olhar
primeiro, use a sua aptidão para entender e fazer juízo sobre o seu próprio
universo. Cada obra é por isso um médium com a função de promover mais pensamentos,
mais ideias e mais opiniões, mais energia. Um médium feito com maestria do
domínio das artes de fazer formas plásticas, e com acutilância critica dirigida
para a paisagem sociológica que vivemos.
Em El Paracaidista (2020) temos uma composição
protagonizada por um barrete vermelho a servir de paraquedas a um pedaço de um
rosto de alguém que parece exprimir uma simpatia afável. Nesta obra somos
levados a pensar nas estratégias subliminares que se artilham, através de
apelos necessidades de consumo absurdas dos quais a figura do Pai Natal
é uma delas, com o objetivo se submeter um território ou uma cultura a outras formas
de colonialismo.
A facilidade com que obtemos imagens figurativas,
abstratas, fantásticas, reais ou ficcionadas é estonteante. É igualmente
estonteante a diversidade de meios existentes para que as obras feitas adquiram
corpos diversos através de remediações sucessivas
O formalismo estruturante da sua obra, marcado
culturalmente pelas raízes da sua formação, está bem sustentado com todos estes
Personajes
Insostenibles, intitulados de um modo limpido: el sostenible,
el reciclado, los ecológicos, la última cima, alta resistência, los insectos,
consumidores compulsivos, la criada ou Noé y su arca. Sustentabilidade,
reciclagem, ecologia, consumo ou ameaça apocalíptica são os assuntos que hoje condicionam
os nossos comportamentos mais básicos. Personagens construídas por colagens de
um rigor expressionista que nos remete claramente para duas questões: a
primeira será a colagem como primórdio essencial da Pintura a qual se
concretiza apenas pela capacidade que os médiuns (seivas, resinas, óleos ou
químicos) têm para colarem outras matérias (pigmentos, cor e textura) sobre
muitos suportes
Mas a expressividade maior, plástica e conceptualmente,
que se manifesta claramente nas obras de AGL advém da sua identidade de
valenciano marcado pelas ricas manifestações tradicionais das Fallas. As Fallas
são uma tradição com raízes medievais que celebram o equinócio da primavera
através de queima de obras de pintura / escultura extremamente críticas da
sociedade local regional nacional ou mundial, tendo como destino fazer uma
grande fogueira com todas elas. Esta festividade anual serve para se queimarem
os fantasmas de todos e de cada um, num momento partilhado coletivamente, com
muitas interpretações críticas sobre a sociedade.
AGL usa o corte, a colagem, a sobreposição e o
confronto, agrupando imagens coletadas em revistas e jornais em composições
imbuídas de uma evidente teatralidade fotográfica e televisiva. Depois articula
espaços compositivos onde se encenam narrativas comuns do dia a dia,
transformando coisas e personagens em marionetas de um ecossistema que atrofia
e desvaloriza cada vez mais os pensamentos livres.
Vale a pena ver, refletir e acompanhar os trabalhos
de Antonio Garcia López, porque eles demarcam-se da irresistível tendência para
considerar a arte contemporânea com tendência global alinhada.
Ilídio Salteiro, 2023
David Bolter, G. R. (2000). Remediation,
understanding new media. Cambridge Massachusetts: The MIT Press.
Freud, S. (1919). O Estranho. Obtido de
https://conteudos.files.wordpress.com/2016/02/ensaio-o-estranho_freud.pdf
Salteiro, I. (Janeiro Março de 2018). Antonio García
López : colagem e politica como processo de pintura. Estúdio, 9(21), pp.
60-66. Obtido de http://hdl.handle.net/10451/38335
26/09/2022
Museo Historico Municipal de Écija - Ayuntamiento de Écija
Arte Contemporáneo Portugués en el Museo Histórico Municipal de Écija
Una vez más, la ciudad de Écija se ratifica como baluarte del panorama
artístico contemporáneo internacional gracias a la apuesta del Museo Histórico
Municipal de Écija por el arte de vanguardia. Los artistas portugueses y
profesores-investigadores de la Universidade de Lisboa, Ilídio Salteiro y
Dora-Iva Rita protagonizan sendas exposiciones individuales simultáneas comisariadas nuevamente por el
ecijano 233, a.k.a. Ramon Blanco-Barrera.
Dicotomía de la verdad, que así se llama el
evento expositivo que recoge los proyectos directamente interrelacionados de
estos dos artistas, es una investigación abierta y en constante evolución sobre
los eternos interrogantes que gobiernan nuestro mundo. A través de una serie de
materializaciones artísticas en contraste; pinturas, dibujos, esculturas,
instalaciones… de pequeño formato, se erigen pilares y contrafuertes para
intentar dar cabida a las múltiples experiencias de búsqueda de la verdad entre
las personas.
Por un lado, Ilídio Salteiro (Alpedriz, 1953) expone una propuesta
pictórica dual entre la vida y la naturaleza, el bien y el mal, lo desarrollado
y lo peregrino, la inadaptación y la evolución. Disecciona preguntas, lanzando
respuestas visuales para conectar con lo real a través de un público voraz lleno
de signos, gestos y sensaciones.
Por otro lado, Dora-Iva Rita (R.D. Angola, 1954) presenta una
especulación de mundos paralelos dibujados y tridimensionados en cerámica,
ensamblados e instalados manualmente como si de la Madre Tierra se tratara, y
con los que plantea reflexionar sobre el origen de las cosas. Volver al
principio para renacer en una dimensión sociológica mayor, sostenible.
Dicotomía de la verdad les invita a su
inauguración, que tendrá lugar el sábado 1 de octubre de 2022 a las 12:00 horas
en la Sala de Exposiciones Temporales del Museo Histórico Municipal de Écija, con
entrada libre hasta completar aforo. Las exposiciones estarán abiertas al
público en el horario habitual del Museo, del 1 de octubre al 2 de noviembre de
2022.
26/06/2022
1981-2022
Atendendo
ao facto de expormos aquilo que fazemos, aqui e agora, enquanto
esperamos sossegadamente que tudo nos venha parar à mão sem que para tal façamos ou façais alguma coisa.
É
preciso sair do ovo! A vida é hoje e não depois. A sorte com que se luta,
é preciso fazê-la sair de tudo o que está feito, de tudo o que está vivo e não do que está morto.
Se
eles não sabem que o sonho é tela, é cor é pincel, vaso fuste capitel,
pináculo de catedral.
É
altura de saberem. Já se perdeu muito tempo contraponto sinfonia.
Estamos aqui para dizer que existimos.
Estamos aqui para dizer que precisam de
nós. Que não podem viver sem nós. O Mundo
é dos que pensam, dos que sabem pensar,
dos que sonham e sabem sonhar.
Um
frango só por si não existe. Um galo serve para cantar quando o Sol
se levanta no horizonte e ser cozinhado.
Depois
vem as silhuetas e as sombras e os homens de bem, os artistas e os
poetas, as crianças e os crianços, dizer que assim não pode
ser, que assim não se pode caminhar em frente.
No abismo ecoa-lhes, o eco. Depois há um
acomodar melancólico, um bem-estar encostado a uma parede morta e parva e todas
as considerações que se podem fazer á
volta dela, pobre coitada. És feia, és
bonita, tens os olhos tortos, tens
elementos muito agradáveis e
desagradáveis, tens muitas dúvidas, não sabes nada, nada… Mas sabes tudo, tudo
sem nada saber. Espera que o Sol se ponha
e verás! Verás que a luz só existe
enquanto existe a matéria, massa de que todos somos feitos. Ah sim. porque não
tenhas peneiras, tu, sim tu, és tão ignorante
como eu! Tu que estás sozinho a ler isto,
que fincas os pés no chão numa tentativa de
equilíbrio constante, se queres compreender alguma coisa tira de cá o sentido. Não sabes ver, não sabes pensar, não sabes sonhar. Deita-te,
deita-te na cama e conscientemente, começa hoje já a roer na ponta dos pés e
acaba só, quando chegares à ponta do
último cabelo. Então, e só então, talvez
tenhas inventado o sentido, razão, o
engenho.
Texto para o catalogo da exposição «ARTES PLÁSTICAS», na Galeria da Câmara Municipal da Amadora, de 15 a 23 de novembro de 1981, com o apoio do Centro Cultural Roque Gameiro. Esta exposição teve a participação dos artistas Amadeu Escórcio, Ana Casanova, Dora Iva Rita, Dulce Araujo, Eduardo Nascimento, Henrique Bacelar, Ilídio Salteiro, Joaquim Lourenço, Luis Manuel Vasconcelos, Manuela Jardim, Maria Machado e Maria Morais.
04/07/2021
Poema para ti
Ilidio Salteiro, Assurbanipal / Delacroix / Ponte, 2002.
10/06/2021
As árvores tanto mais profundam raízes, quanto mais as sacode a ventania
Ilídio Salteiro, As árvores tanto mais profundam raízes, quanto mais as sacode a ventania, 2021. Óleo sobre tela, 60 cm x 80 cm.
Pode-se escrever
Pedro Oom (14 de junho de1926 - 26 de abril de 1974): escritor e poeta surrealista português, ligado ao neorrealismo, ingressou, no final d...
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Se todo o ser humano é um artista isso significa que eu também sou artista: eu, o meu amigo e todos os nossos demais conTERRÂneos. Este fa...
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AS COISAS QUE EU FAÇO E DESENHO Obras de Dora Iva Rita Em primeiro lugar, há que andar um pouco à roda da palavra «coisas»… Coisas vivas...